domingo, 2 de novembro de 2008

Diário dos nossos cabelos I

Enquanto era criança, usei o cabelo de várias maneiras. Curto, médio, afro, carrapitos, tranças, you name it!
Eu era demasiadamente Maria-rapaz, e por isso quando chegava a hora de me pentear, a minha mãe normalmente optava pelas famosas “tranças de bailundo”. Para quem não sabe, são aquelas tranças que se tornaram num “must” nos anos 70 com a Bo Derek (no filme “Mulher de sonho” - mulher linda!, verdade seja dita) que são actualmente mais conhecidas por serem um dos penteados de eleição da cantora, Alicia Keys.



A chegada da “cabeleireira” à nossa casa - normalmente uma tia ou prima que sabia “trançar” bem - era como que um prenúncio ao cabo das tormentas.
Durante alguns minutos (que pareciam horas) os nossos cabelos eram desembaraçados (ai!), puxados (ai!), apertados (sim, bem apertados para a trança durar... Ai!) e trançados num desenho básico em linhas verticais da testa até à nuca!

Como se não bastasse à noite ainda tínhamos que dormir com as meias de nylon velhas (da mãe, avó ou tia), para que as mesmas durassem ainda mais tempo nas nossas doridas cabecinhas… É claro que como boas crianças que éramos, acabávamos quase sempre por as retirar durante a noite o que só antecipava ainda mais uma nova visita da “cabeleireira”.

Estávamos nos anos 80 e eu já estava na escola, quando a minha mãe faz uma viagem até a Brasil. Daddy on chargePânico geral!!!

Pergunta: Alguém viu o episódio do Bernie Mac (we miss you!), quando ele tem que pentear a sobrinha? Aquela criança ao colo do BM sou eu!

Depois de muitas tentativas falhadas do meu adorado pai, ele decidiu que eu ficava linda de afro! Na altura, o “Curl” (técnica de alisamento seguida de uma permanente… O Michael Jackson é o grande culpado desta moda!) era o estilo/penteado que “estava a dar” e eu não queria ser a única com um bidé na cabeça! O meu pai por ser uma pessoa que adora pregar partidas lá foi comigo divertido até à escola… Só faltava o pente de pau enfiado no cabelo para afirmar a “firmeza” do meu afro!


Já chegada à escola, decidi que iria esperar que ele partisse até poder mudar o penteado sem que ele notasse, mas não sabia que era apenas uma criança e que ele nunca me deixaria à porta da escola sozinha… Resultado, tive que entrar na escola de afro. Como sempre fui muito magrinha, parecia aqueles bonecos americanos, os Bobblehead... Era só cabelo!!!


Lá tive de entrar na escola com o penteado e mesmo tendo tentado alterá-lo ao longo do dia, de nada me serviu porque ia ficando cada vez mais ridícula.
Quando a minha mãe finalmente voltou do Brasil voltei às tranças e passei a adorar o martírio dos puxões e das meias de nylon!

Hoje, depois de muitas experiências com o meu cabelo - do afro ao rapado já usei de tudo; aventuras outro “post” do diário - vejo as coisas de forma completamente diferente e adoro qualquer tipo de penteado, desde que, obviamente, funcione com a nossa estrutura de cara.

Como diz um tio meu:
“ O nosso cabelo é o melhor do mundo porque podemos usá-lo de qualquer maneira!”
Resumindo: We're one of a kind!

PS: Desafio qualquer pessoa caucasiana /asiática/india /indiana a aparecer de carapinha! Daquelas “mola de isqueiro”, MESMO!
Peace!
Blakie

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